Projeto: Permacultura na Komunna
O Projeto Permacultura na Komunna nasceu de uma ideia de longa data, mas tornou-se efetivo na prática após um dos moradores ter ido ao I ERA (Encontro Regional de Agroecologia), ocorrido na Unesp Botucatu e ter voltado atualizado de práticas que poderiam ser aplicadas voltadas à Permacultura Urbana.
Aconteceu, portanto, a soma de experiências entre os novos moradores e os antigos. Um ciclo se fechou e tudo que já estava mais ou menos acontecendo serviu de base para a formulação de um projeto experimental para que pudéssemos mostrar que alguns hábitos cotidianos podem de fato mudar muita coisa entre nossas relações no meio urbano.
PERMACULTURA:
Permacultura hoje pode ser entendida quase que como uma Filosofia de Vida, e como o próprio nome diz: Cultura Permanente.
O que isso significa?
Significa você entender que lugar onde você estabelece residência é a sua unidade de sobrevivência sob quaisquer aspectos. Ou seja, fazer do lugar onde você vive efetivamente um ciclo de vida. Na prática, significa criar um ambiente auto sustentável a tal ponto que você precise cada vez menos de agentes externos para nutrir sua unidade interna.
Originalmente o projeto Permacultural nasceu com uma proposta mais rural de auto sustentabilidade rural, porém, o que vemos e entendemos hoje é que a Permacultura pode (e deve) ser aplicada a toda e qualquer unidade de vivência humana. Tanto no meio rural, quanto no urbano.
URBANO?
Sim! A urgência agora é trabalhar para criarmos todas as nossas adaptações no meio urbano, para criarmos um sistema Permacultural que efetivamente possa levar mais qualidade de vida à quem nasceu na cidade, e que não tem possibilidade de trabalhar com a terra diretamente.
Fazendo com que haja essa expansão para todos os setores de vida “moderna”, podemos viver e nos acostumar a fechar os ciclos onde quer que estejamos. Isso, por si só já colocaria os processos de consciência ambiental mais abertos e prontos para receberem as mudanças.
Trabalhar a Permacultura no meio urbano é trabalhar a criatividade, uma vez que todo esse sistema existente trabalhou por séculos para montar uma estrutura física (prédios e casas) e psicológica voltada a atender uma necessidade sempre externa de vivência.
Hoje moramos em casa e apartamentos. Temos sistema de água e esgoto. Consumimos produtos dos mercados e feiras. Inserimos toneladas de lixo para dentro de nossas residências, e as devolvemos ao externo como forma imprestável de lixo.
A Permacultura aplicada nesse sentido, faz com que entendamos tudo como um ciclo. E fechar os ciclos é a ordem natural das coisas, se nós não fazemos, a natureza faz por ela mesma. Mas a natureza está cansada e exausta de receber tanta responsabilidade em fechar todos os ciclos sozinha. Temos que ajudá-la de alguma forma! Com a Permacultura, trazer essa responsabilidade diretamente ao indivíduo, para que cada vez menos ele dependa de agentes externos para fazer isso por ele.
CICLOS?
Fechar ciclos significa dar entrada e saída a tudo que adentrou a sua unidade Permacultural. Desta forma, alertamos e nos atentamos para a quantidade de coisa que consumimos e que desperdiçamos graças a uma comodidade social e sistema de consumo moderno.
Tudo isso tem seu preço e o mais alto deles quem paga é o meio ambiente!
Seja aqui na cidade, seja no meio rural, a Permacultura exige um estudo.
No meio rural, ao atuar sobre um terreno, há que haver um planejamento estrutural do terreno, Permacultura é a cultura do aproveitamento máximo de tudo e absolutamente tudo.
Ao entrarmos com uma embalagem de um biscoito, por exemplo, devemos estar cientes que iremos consumir tudo, desde o biscoito, propriamente dito, até a embalagem, que pode servir como parte de isolamento térmico de uma parede.
Da mesma forma, na cidade, entender a Permacultura é entender que devemos ser responsáveis por tudo que produzimos.
Estudar esses processo, principalmente no meio urbano, é criar as adaptações, pois o que existem são os sistemas convencionais que atuam sobre uma unidade urbana. O estudo do meio urbano exige justamente essa análise de cada fator e adaptação quando necessário.
O PROJETO:
A Komunna 4, como ela é conhecida, é um espaço que durante 4 anos serviu de moradia de alguns membros de grupos ligados à causa da Libertação Animal em São Paulo capital.
Muitas pessoas passaram por aqui e muitos construíram suas histórias em São Paulo tendo como base a estrutura da casa. Hoje existem dois moradores fixos, ambos ligados à grupos de conscientização para a Libertação Animal e agora, ligados ao experimento Permacultural urbano.
A Komunna já passou por muitas fases, conforme a agitação de seus moradores. Na Komunna já ocorreram projetos de fabricação de camisas, de produção de alimentos limpos (sem qualquer produto de origem animal) para venda em restaurantes da cidade ou na rua.
Já trabalhamos com a separação de lixo. Já tentamos fazer cultivo de algumas espécies de plantas frutíferas.
Servimos como base para uma ocupação urbana, a Casa Alvorada, em 2008.
Enfim, isso para mostrar que pela Komunna permearam muitos pensamentos e discussões sobre os mais diversos temas ligados à autogestão e organização de projetos.
Hoje estamos voltados e estudar os processos Permaculturais urbanos. Isso vem sendo acompanhado pelo Projeto Vida Verde, apresentado pela Vegan Staff.com que irá dar suporte técnico e operacional, junto com um outro grupo que também irá atuar internamente na Komunna, o Projeto Extinção, grupo que atua na conscientização para a Libertação Animal.
A Komunna hoje será uma espécie de laboratório, e estaremos abertos à visitações e a sugestões para sentirmos na prática o que pode ser efetivamente feito em relação à Permacultura no meio urbano.
Lembrando que tudo isso tem um cunho altamente experimental, visto que hoje em dia, não se fala muito sobre Permacultura urbana. Ouvimos muito sobre processos Permaculturais rurais, em extensões de terra. O que temos aqui é uma casa simples. Dois cômodos no andar superior, uma sala térrea (que foi transformada temporariamente em quarto), um banheiro, um sótão, um bunker subterrâneo, uma garagem na frente e uma área cimentada ao fundo.
Estamos localizados na parte sul da cidade selva de São Paulo. Há 3 minutos do metrô linha verdade Sacomã ou há 23 minutos de bicicleta da Av. Paulista, cruzamento com a Rua Augusta.
Hoje não temos projeto Permacultural algum atuando sobre a moradia e temos um gasto médio de R$ 40,00 de água e esgoto e R$ 15,00 de Luz.
O projeto tende a mostrar, baseado nesses números, uma forma financeiramente efetiva da aplicação da Permacultura em uma casa.
Criaremos um Blog que poderá ser acessado através do site
www.veganstaff.com no link do
Projeto Vida Verde, que é o Projeto que encabeçará os estudos no núcleo Komunna.
Dúvidas, críticas, agendamentos de visitas e sugestões podem ser encaminhadas ao e-mail: