quinta-feira, 20 de maio de 2010

NOTA: Arranque!

Em nota especial, tive hoje que tomar uma decisão importante na comuna.
Falo e construo alguns conceitos aqui na Komunna com a ajuda de algumas pessoas importantes e algumas pessoas super entendidas no assunto. Meio que tenho um certo orgulho de ver que existem pessoas do lado, para ajudar a construir coisas simples mesmo... coisas que podem ser vividas de uma forma bem ampla.
Pois bem... conversando com uma amiga, que se tornou quase um mito onde quer que ela seja citada (e bastante citada desde que nos conhecemos há uns 3 anos atrás...), ela disse:


"Só dizer aqui... E12 = Ficus benjamina. Arranque ela da calçada, pois cedo ou tarde ela vai ter que ser arrancada. É uma planta exótica introduzida (erroneamente) na arborização urbana, e depois de poucos anos ela simplesmente só dá dor de cabeça, pois as raízes dela destroem as calçadas, e ela acaba tendo que ser cortada (e até lá já tem ninhos de passarinhos, que vao acabar no chão)... 
 então arranque ela dali o mais cedo possível, e se possível não a plante em lugar algum. É triste fazer isso, vendo o potencial da planta acabar pelas nossas mãos, mas além dela não ser do Brasil, ela só trás problemas dentro das cidades, além de ter o risco dela virar espontânea em outros lugares, tomando o lugar das nativas." - Sofia Mcmanus


segunda-feira, 10 de maio de 2010

INTERVENÇÃO: Construindo uma calçada

Ou melhor... reconstruindo com o verde.
Segunda sapeca essa! Mas dia perfeito para o plantio.
Hoje plantamos na calçada. Cheflera e provavelmente Tangerina. Elas estavam juntas no mesmo vaso e foram juntas para o novo berço cavado na calçada da Komunna.
A madrugada de domingo foi tão produtiva quanto qualquer outro dia... Nasceram muitas ideias de outras tantas conversas.
O projeto de captação de água de chuva já está no papel! Já foram cotados os valores dos materiais e em breve vamos começar a projetar na prática.
Temos germinando hoje na Komunna duas sementes de Abiu (uma frutinha bem estranha, extremamente doce) e um chuchu, que servirá para o telhado verde da frente.
Mas... voltando à calçada, Cheflera não é muito indicado, pois é uma planta de raízes muito fortes e de baixa profundidade, o que pode, daqui uns 5 anos expressar um problema para a calçada plana, o que, de fato, atrapalharia a vida dos idosos e cadeirantes.
Mas como a Cheflera estava junto no mesmo vaso, ela foi transplantada (no sentido literal da palavra!) junto. Em breve encontraremos um outro ambiente para ela, afinal, elas estavam tão abraçadas, que eu confesso que fiquei com receio de separá-las assim... sem nem explicar.

 Agora na terra, seu nome: Linda Tangina

Mais verde em meio a tanto concreto!

Vista de Satélite

sábado, 8 de maio de 2010

INTERVENÇÃO: Desconstruindo uma calçada

Sábado de muito trabalho na Komunna. Hoje houve a primeira intervenção física na casa e uma coleta de fotografias das espécies vegetais que vivem na casa. Muitas são desconhecidas, mas foi inusitado encontrar no meio à selva dentro de vasos na parte da frente da casa uma árvore frutífera, quase morrendo.
Bom... não sei ao certo que espécie é, mas como eu já morei em fazenda, o cheiro da folha me fez lembrar de alguma espécie cítrica. Talvez seja algo entre mexirica, laranja ou limão. Se alguém souber o nome das plantas, favor informar, para que possamos pesquisar seus hábitos. As fotos estarão numeradas, para que seja mais fácil a catalogação.

Espécie E01 : Cercestis mirabilis, ou Taiá Rasgado

Espécie E02: Desconhecida

Espécie E03: Sansevieria trifasciata, ou... cá entre nós, Espada de São Jorge

Espécie E04: Babosa (Aloe Vera)

Espécie E05: Desconhecida

Espécie E06: Schefflera arboricola - Cheflera

Espécie E07: Frutífera Desconhecida

Espécie E08: Ráfia (Rhapis excelsa)

Espécie E09: Desconhecida

Espécie E10: Quebra-Pedra  - Phyllanthus niruri (diurético eficiente)

Espécie E11: Plectranthus barbatus ou Boldo de Jardim

Espécie E12: Ficus benjamina

Hoje ainda aconteceu a primeira sondagem para a forração do telhado verde que será providenciado para a frente da casa. Como seria e com o que faríamos.
A ideia foi da bióloga Arianne Togashi, que participou das articulações ideais do projeto, um dia antes dele existir na prática, que sugeriu chuchu, pela rapidez de crescimento e pela possibilidade de nutrir os moradores.
Vamos, portanto, germinar o chuchu e começar a manejá-lo para que comece a se desenvolver na estrutura que montaremos com fios de nylon (em breve mostraremos como será montado, passo a passo).
No que tange a intervenção física de hoje, estou me referindo à caçada. Temos 4 metros frontais e nesse espaço não há nenhuma área verde. Percebemos que algumas ervas daninhas tentam quebrar o concreto, mas hoje decidimos dar uma forcinha (e bota força nisso!) à natureza, e criamos o espaço onde plantaremos provavelmente uma jaboticabeira doada pela nutricionista Roberta Bu que acompanha também o projeto.

Estudo de solo morto*:
(* Solo morto é o que chamamos todo tipo de piso que não propicia a geração de uma vida, mesmo depois de manejo. No caso, ele pode ser muito bem representado pelo concreto)
Parece piada, mas desconstruir o que foi construído realmente não é um trabalho fácil.



Conforme mostra a foto, a calçada foi construída com uma camada espessa (7 cm) de areia-cimento e uma camada mais fina de concreto (2 cm).
“Água mole, pedra dura – tanto bate até que fura!”
E isso é verdade! Foi difícil, mas com um tanto de paciência atrelado a um tanto de força, a terra compactada pelo peso do concreto começou a aparecer.
A sensação é linda! Quebrar o concreto e enxergar a terra vermelha! Poder dar a chance de uma vida existir ali. Quase poético, se não fosse real!
Esse é o primeiro espaço de manejo da calçada da Komunna. Existirá um segundo espaço, que ainda esta em estudo.

(conforme vocês irão reparar, o material que foi retirado da calçada será utilizada como base de área de plantação, nos vasos verticais da casa - que serão apresentados em breve. A ideia é justamente dar uso a tudo que for excedente e não gerar mais lixo. Tudo deve ser aproveitado e reaproveitado, e no caso, o concreto quebrado pode desempenhar a mesma função da areia em vasos nas residências - fiquem atentos aos detalhes! Trabalhar a Permacultura é observar os detalhes)


Identificação visual da área


Marcação da área a ser desconstruída


O trabalho mais difícil é abrir a primeira brecha. Talvez como tudo na vida!


O primeiro contato com a terra vermelha, logo abaixo da camada de concreto


Um trabalho minucioso de uma hora, para abrir metade do espaço


Duas horas depois, com o auxílio de um martelo, um pulsão e uma enxada


Ufa! Finalizado, ao som de Alpha & Omega!


Em breve mais uma árvore na cidade de São Paulo!



sexta-feira, 7 de maio de 2010

MÚSICA: NAÇÃO ZUMBI - CIDADES

Vamos apresentar também alguns videos de músicas que permeiam as ideias por trás do projeto. Um pouco da nossa trilha sonora e um pouco do que rola na casa durante as atividades, ou se relacionam com o tema. Aí vai o primeiro som clássico:

EVENTO: I ERA

I ERA - Encontro Regional de Agroecologia 
São Paulo / Minas Gerais / Rio de Janeiro / Espírito Santo


Do dia 30 de Abril a 2 de Maio de 2010 aconteceu no campus da Unesp Botucatu o Primeiro Encontro Regional de Agroecologia.
Um espaço que reuniu pessoas das mais diversas áreas e grupos ligados à agroecologia.
Foi marcante a presença de estudantes de agronomia, mas estiveram presentes também estudantes dos cursos mais variados: Desde Engenharia Florestal até Matemática.
O encontro reuniu cerca de 300 pessoas que participaram dos painéis principais sobre a questão social da agroecologia e das oficinas ministradas todas com a temática do encontro.
Às noites, o Diretório Acadêmico da Agronomia Unesp cedia espaço para as Culturais que reuniam as mesmas pessoas para as confraternizações.
Apesar de ter sido dado um enfoque sobre como a agroecologia é tratada no meio acadêmico, houve também espaço para a inserção e conhecimento dos demais grupos à agroecologia. Para quem buscava simplesmente saber o que é a agroecologia, até quem estava ali para discutir profundamente as questões políticas de inserção universitária na conceituação de uma nova ciência.
Frutos:
A Vegan Staff.com esteve representada nos debates e discussões acerca da inserção da permacultura e como ela poderia ser tratada dentro de alguns princípios da agrocologia inserida no meio urbano.
Nasceu no I ERA o Projeto Vida Verde, que será acompanhado pelo capítulo Vegan Staff.com da UECE (Universidade Estadual do Ceará) e também um estudo que ainda será apresentado pelo Capítulo Vegan Staff.com São Paulo sobre a relação Demanda de Consumo Vs. Demanda de Produção na agrocologia.

Dinâmica

Painel I: Meio Agrário - MST

Painel I: Agroecologia - AS PTA

Alojamento

Painel Paralelo: Políticas Públicas e S.A.F. - Sistema Agroflorestal - Paulinho/MST

Oficina: Permacultura na Moradia Estudantil UNESP

Encontro de Grupos Alternativos


Veja a programação COMPLETA


quinta-feira, 6 de maio de 2010

VÍDEO: Natureza em Números

Ao longo das postagens, vamos publicando alguns vídeos relacionados ao Tema. Este foi encontrado ontem e mostra de uma forma impressionante a relação harmônica dos números com a natureza. E como tudo faz parte de uma só conexão.

Nature by Numbers from Cristóbal Vila on Vimeo.

FOTOS: O Início

A ideia aqui é mostrar o início de tudo. Exatamente como a casa esta hoje, dia 07 de Maio de 2010. E conforme os projetos forem acontecendo e se tornando efetivos, novas fotos vão sendo adicionadas, para irmos acompanhando a "evolução" (mudança!) das coisas.


Vista de Frente

Vista de Frente 02

Corredor de Acesso

Cozinha Limpa

Bicicletário

Lavanderia

Descida ao Bunker

Área cimentada - fundo da casa

Bunker

Jardim Suspenso Édem

O INÍCIO

Projeto: Permacultura na Komunna

O Projeto Permacultura na Komunna nasceu de uma ideia de longa data, mas tornou-se efetivo na prática após um dos moradores ter ido ao I ERA (Encontro Regional de Agroecologia), ocorrido na Unesp Botucatu e ter voltado atualizado de práticas que poderiam ser aplicadas voltadas à Permacultura Urbana.
Aconteceu, portanto, a soma de experiências entre os novos moradores e os antigos. Um ciclo se fechou e tudo que já estava mais ou menos acontecendo serviu de base para a formulação de um projeto experimental para que pudéssemos mostrar que alguns hábitos cotidianos podem de fato mudar muita coisa entre nossas relações no meio urbano.


PERMACULTURA:
Permacultura hoje pode ser entendida quase que como uma Filosofia de Vida, e como o próprio nome diz: Cultura Permanente.
O que isso significa?
Significa você entender que lugar onde você estabelece residência é a sua unidade de sobrevivência sob quaisquer aspectos. Ou seja, fazer do lugar onde você vive efetivamente um ciclo de vida. Na prática, significa criar um ambiente auto sustentável a tal ponto que você precise cada vez menos de agentes externos para nutrir sua unidade interna.
Originalmente o projeto Permacultural nasceu com uma proposta mais rural de auto sustentabilidade rural, porém, o que vemos e entendemos hoje é que a Permacultura pode (e deve) ser aplicada a toda e qualquer unidade de vivência humana. Tanto no meio rural, quanto no urbano.


URBANO?
Sim! A urgência agora é trabalhar para criarmos todas as nossas adaptações no meio urbano, para criarmos um sistema Permacultural que efetivamente possa levar mais qualidade de vida à quem nasceu na cidade, e que não tem possibilidade de trabalhar com a terra diretamente.
Fazendo com que haja essa expansão para todos os setores de vida “moderna”, podemos viver e nos acostumar a fechar os ciclos onde quer que estejamos. Isso, por si só já colocaria os processos de consciência ambiental mais abertos e prontos para receberem as mudanças.
Trabalhar a Permacultura no meio urbano é trabalhar a criatividade, uma vez que todo esse sistema existente trabalhou por séculos para montar uma estrutura física (prédios e casas) e psicológica voltada a atender uma necessidade sempre externa de vivência.
Hoje moramos em casa e apartamentos. Temos sistema de água e esgoto. Consumimos produtos dos mercados e feiras. Inserimos toneladas de lixo para dentro de nossas residências, e as devolvemos ao externo como forma imprestável de lixo.
A Permacultura aplicada nesse sentido, faz com que entendamos tudo como um ciclo. E fechar os ciclos é a ordem natural das coisas, se nós não fazemos, a natureza faz por ela mesma. Mas a natureza está cansada e exausta de receber tanta responsabilidade em fechar todos os ciclos sozinha. Temos que ajudá-la de alguma forma! Com a Permacultura, trazer essa responsabilidade diretamente ao indivíduo, para que cada vez menos ele dependa de agentes externos para fazer isso por ele.


CICLOS?
Fechar ciclos significa dar entrada e saída a tudo que adentrou a sua unidade Permacultural. Desta forma, alertamos e nos atentamos para a quantidade de coisa que consumimos e que desperdiçamos graças a uma comodidade social e sistema de consumo moderno.
Tudo isso tem seu preço e o mais alto deles quem paga é o meio ambiente!
Seja aqui na cidade, seja no meio rural, a Permacultura exige um estudo.
No meio rural, ao atuar sobre um terreno, há que haver um planejamento estrutural do terreno, Permacultura é a cultura do aproveitamento máximo de tudo e absolutamente tudo.
Ao entrarmos com uma embalagem de um biscoito, por exemplo, devemos estar cientes que iremos consumir tudo, desde o biscoito, propriamente dito, até a embalagem, que pode servir como parte de isolamento térmico de uma parede.
Da mesma forma, na cidade, entender a Permacultura é entender que devemos ser responsáveis por tudo que produzimos.
Estudar esses processo, principalmente no meio urbano, é criar as adaptações, pois o que existem são os sistemas convencionais que atuam sobre uma unidade urbana. O estudo do meio urbano exige justamente essa análise de cada fator e adaptação quando necessário. 

O PROJETO:
A Komunna 4, como ela é conhecida, é um espaço que durante 4 anos serviu de moradia de alguns membros de grupos ligados à causa da Libertação Animal em São Paulo capital.
Muitas pessoas passaram por aqui e muitos construíram suas histórias em São Paulo tendo como base a estrutura da casa. Hoje existem dois moradores fixos, ambos ligados à grupos de conscientização para a Libertação Animal e agora, ligados ao experimento Permacultural urbano.
A Komunna já passou por muitas fases, conforme a agitação de seus moradores. Na Komunna já ocorreram projetos de fabricação de camisas, de produção de alimentos limpos (sem qualquer produto de origem animal) para venda em restaurantes da cidade ou na rua.
Já trabalhamos com a separação de lixo. Já tentamos fazer cultivo de algumas espécies de plantas frutíferas.
Servimos como base para uma ocupação urbana, a Casa Alvorada, em 2008.
Enfim, isso para mostrar que pela Komunna permearam muitos pensamentos e discussões sobre os mais diversos temas ligados à autogestão e organização de projetos.
Hoje estamos voltados e estudar os processos Permaculturais urbanos. Isso vem sendo acompanhado pelo Projeto Vida Verde, apresentado pela Vegan Staff.com que irá dar suporte técnico e operacional, junto com um outro grupo que também irá atuar internamente na Komunna, o Projeto Extinção, grupo que atua na conscientização para a Libertação Animal.
A Komunna hoje será uma espécie de laboratório, e estaremos abertos à visitações e a sugestões para sentirmos na prática o que pode ser efetivamente feito em relação à Permacultura no meio urbano.
Lembrando que tudo isso tem um cunho altamente experimental, visto que hoje em dia, não se fala muito sobre Permacultura urbana. Ouvimos muito sobre processos Permaculturais rurais, em extensões de terra. O que temos aqui é uma casa simples. Dois cômodos no andar superior, uma sala térrea (que foi transformada temporariamente em quarto), um banheiro, um sótão, um bunker subterrâneo, uma garagem na frente e uma área cimentada ao fundo.
Estamos localizados na parte sul da cidade selva de São Paulo. Há 3 minutos do metrô linha verdade Sacomã ou há 23 minutos de bicicleta da Av. Paulista, cruzamento com a Rua Augusta.
Hoje não temos projeto Permacultural algum atuando sobre a moradia e temos um gasto médio de R$ 40,00 de água e esgoto e R$ 15,00 de Luz.
O projeto tende a mostrar, baseado nesses números, uma forma financeiramente efetiva da aplicação da Permacultura em uma casa.
Criaremos um Blog que poderá ser acessado através do site www.veganstaff.com no link do Projeto Vida Verde, que é o Projeto que encabeçará os estudos no núcleo Komunna.

Dúvidas, críticas, agendamentos de visitas e sugestões podem ser encaminhadas ao e-mail: