sábado, 12 de março de 2011

Outro Canal - Outra realidade, mas a mesma luta

O que era no início o Projeto Vida Verde?

O Projeto Vida Verde foi estabelecido primeiramente para ser um projeto que iria trazer à baila alguns temas acerca da permacultura e como ela poderia ser aplicada à um meio urbano.
Muito foi falado. Conversamos muito sobre o tema. Participamos de muitas reuniões em todo o Brasil e em algumas fora do Brasil, às vezes presencialmente, às vezes por meio virtual.
Mas na verdade, o PVV (Projeto Vida Verde) começou a se moldar em outros parâmetros.
Percebemos que poderíamos romper as nossas próprias barreiras que limitavam as nossas experiências muitas vezes à nós mesmos e à esse nosso espaço que chamávamos de Komunna IV.
O PVV então começou a fazer parte de "princípios" que poderiam ser disseminados por onde quer que passávamos.
Desta forma, saímos da Komunna IV (na cidade de São Paulo) e demos uma roupagem mais "ideológica" ao PVV que passou então a existir por onde quer que passássemos.
Como a sua cara sempre foi de ter um caráter mais experimental, digamos que as experiências muitas vezes se tornavam efêmeras. Mas mesmo assim, de grande importância, porque de uma forma ou de outra, sempre estávamos em contato com pessoas e momentos que nos traziam cada vez mais informação sobre o que buscávamos estudar em nossas vidas, não enquanto "produtores de capital", mas sim como "disseminadores de ideias".
Assim o PVV teve sua trajetória curta em alguns pontos notáveis no Brasil, como sua presença na Komunna IV, que era a casa de algumas pessoas que participaram do PVV desde sua idealização. O PVV também esteve presente no ENCA (Encontro Nacional de Comunidades Alternativas) de 2010, onde tivemos a honra de participar do projeto direto de criação e manutenção das valas de infiltração do evento geral, bem como a capacitação em tratamentos de águas cinzas.
No nordeste do Brasil, passamos por um estágio em Biodinâmica, com o celeste e aclamado Dr. Batista, o grande mestre que ensinou à alguns de nossos voluntários toda a beleza e os mistérios da (re)conexão com o meio em que vivemos, através da Biodinâmica, que estuda justamente, os princípios de relações entre o homem e o meio ambiente.
Depois de 3 meses, saímos de lá com a nítida impressão de que o estudo da Biodinâmica é a chave que nós, seres humanos civilizados, temos para retornar ao natural e entendermos as conexões existentes entre nós e todo o resto.
Também passamos um período estudando e acompanhando os processos de desenvolvimentos de práticas permaculturais urbanas no Espaço Cultural Toren, ainda no nordeste.
E de lá passamos por uma fase muito proveitosa em Pentecoste, interior do Ceará, no assentamento onde reside hoje a Ivânia e o Inâcio, dois grandes personagens brasileiros da luta contra os latifúndios e contra a mecanização campestre e também contra a invasão dos Transgênicos nos campos brasileiros (uma realidade salgada que atualmente vivemos em nosso país).
O PVV, desta forma se tornou uma ideia que por onde passava, aprendia coisas novas... novas técnicas... novas experiências. E deixava também alguns ensinamentos que ao longo de nossas buscas íamos absorvendo.
Passamos pelo projeto encabeçado pelo NEPPSA (Núcleo de Estudos e Práticas Permaculturais do Semi Árido) que atuava em uma parte sedida pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), onde basicamente tivemos uma aprendizagem muito proveitosa sobre banheiros secos e de bioconstrução, que nada mais foi do que tornar prático as teorias e ensinamentos do “Manual do Arquiteto Descalço (2008), livro de Johan van Lengen, que fora adotado ali, naquele momento, como uma espécie de “bíblia”, para que experimentássemos o tal “mão na massa” em bioconstrução e aprimoramentos de banheiros secos, que na ocasião estavam sendo projetados para serem aplicados em uma comunidade carente no interior do Ceará.
Também marcamos nossa presença no II ERA - Encontro Regional de Agroecologia, em Botucatu/2010.
Nessa ocasião, passamos especificamente por cursos de permacultura urbana, que foi passada na Casa dos Estudantes da UNESP/Brasil, aperfeiçoando técnicas de construção de hortas verticais, espiral de ervas, hortas mandalas, curvas de nível e composteiras.
Em São Paulo – Capital, estivemos presentes diariamente na Komunna IV, desenvolvendo ideias permaculturais. Poucas saíram das ideias e dos papeis para irem para a prática, mas chegou-se a desenvolver-se um projeto de criação de Banco de Sementes, horta urbana, composteiras, teto verde e um sistema de captação de água de chuva.
Ainda em São Paulo, participamos de algumas práticas na Casa Jaya, no Espaço Impróprio e na Casa da Lagartixa Preta (em Santo André).
Desta forma o PVV – Projeto Vida Verde deixou de ser algo estruturado em um campo físico e percebemos a importância que seria termos em nós mesmos, todas as informações permaculturais possíveis para que, por onde passássemos, deixássemos sementes de tudo que aprendemos ao longo dessa nossa curta jornada enquanto coletivo, mas longa jornada enquanto seres humanos.
Uma das novidades que passamos a adotar é em relação ao nosso canal de divulgação e de troca de informações.
Adotamos hoje um blog (uma espécie de jornal virtual) para divulgar nossas aprendizagem e para mostrar nossas experiências.


Esse espaço que pode ser visitado por qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, é um espaço aberto a todos que desejam participar desse Projeto.
O PVV somos nós... todos nós que acreditamos que podemos fazer algo para substituir a ideia de civilização.
Temos meios intelectuais e tecnológicos para simplesmente deixar para trás certas práticas nocivas ao meio em que vivemos. Não importante se esse meio é rural ou urbano.






NOTA PARA ESSE BLOG:


O Blog Vida Verde na Komunna encerrou hoje suas atividades, devido à nota explicatória acima editada.
Não vamos mais publicar nada por aqui, e sim, agora, no novo endereço: 


http://vidaverdenomundo.blogspot.com/

Obrigado desde já aos que participaram da Komunna IV, diretamente ou indiretamente! A Komunna IV hoje fecha suas portas, mas abrem-se as mesmas portas para o Mundo!

Paz y Luz